Saiba como funciona a Barragem das Figueiras

A maior parte das pessoas que passam pelo Centro de Lazer do Trabalhador (CLT) Ayrton Senna da Silva, no Jardim Pinheiros, nem imagina que a lagoa lá existente integra um sistema mais complexo de reservação de água bruta, que é a Barragem das Figueiras. Além do lago do CLT, a estrutura também conta com três outras lagoas que ficam no Parque dos Lagos, todas localizadas na extensão da Avenida Drº Altino Gouvêia.

A Barragem das Figueiras, da qual o lago do CLT faz parte, é responsável por 22,3% da água consumida no município. O recurso bruto é enviado à Estação de Tratamento de Água (ETA) I, no Vila Embaré, que realiza os procedimentos que são necessários para que a água tratada seja distribuída na cidade.

Dentro do período de estiagem, a Barragem das Figueiras opera, atualmente, com 44% de sua capacidade total, conforme dados da Sala de Situação do DAEV atualizados em 29 de julho de 2021. “Nosso governo tem sido muito transparente com a gestão hídrica da cidade. Desde junho deste ano passamos a compartilhar com a população, nas redes sociais e sala de situação do DAEV, o percentual de reservação de água bruta do município. E fazemos isso não apenas com o Barragem das Figueiras, mas com todas as nossas barragens e outros dados relativos ao abastecimento do Município, tais como vazão do Rio Atibaia, chuva e operação do Sistema Cantareira. Queremos que todos os cidadãos tenham ciência da real situação hídrica da cidade e ajudem a economizar esse precioso recurso”, disse a prefeita.

Ainda sobre a Barragem das Figueiras, a estrutura não compreende somente o uso dos lagos de forma isolada. A gestão do sistema de abastecimento é feita pensando no todo. “Cada lagoa faz parte de um conjunto, dentro do qual cada parte tem uma função importante. Por isso não se pode olhar somente à lagoa do CLT quando se pensa no abastecimento. É necessário visualizar todo o sistema”, falou o presidente da autarquia, Ivair Nunes Pereira.

No sistema da Barragem das Figueiras, o CLT tem o nível de água que mais pode variar entre as lagoas que integram a estrutura. “Isso porque essa lagoa é o ponto de captação do recurso dentro da barragem. A variação de nível pode se dar de um dia para o outro, a partir da necessidade de consumo pelos moradores. Quando o consumo é maior entre a população, o nível fica mais baixo. Já os lagos do Parque dos Lagos fazem o equilíbrio do sistema", explicou o titular do DAEV.

A operacionalidade da Barragem das Figueiras, segundo o Departamento de Operação, compreende desde a preservação e recuperação do manancial, até o controle de vazão e reservação, passando pela captação e a pela distribuição do recurso bruto para o tratamento. O sistema da barragem também conta com o suporte da reserva técnica da Barragem Santana do Cuiabano, que tem capacidade de reservação estimada em 120 mil m³ de água e que, atualmente, opera com 81% de sua capacidade (dados de 29 de julho de 2021).

Abastecimento na cidade

Valinhos é abastecida por águas vindas de vários lugares, incluindo mananciais internos, externos e sistemas isolados. O outorgado de água na cidade é de, em média, 42.675,6m³/dia. Na Estação de Tratamento de Água (ETA) I, no Vila Embaré, é tratada 38,7% da água distribuída, totalizando a média de 16.497,6m³/dia. Já na ETA II, no Vila Sônia, é tratada 53,5% da água distribuída, totalizando a média de 22.820m³/dia. Deste montante, 50,6% vem do Rio Atibaia (média de 21.600m³/dia).

As fontes alternativas correspondem 10,7% da água distribuída na cidade, totalizando a média de 4.578m³/dia. Ainda no município há as barragens Moinho Velho e João Antunes dos Santos, que correspondem a 7,1% e 9,3% da água consumida em Valinhos, respectivamente. Nessa ordem, atualmente essas barragens operam com 69% e 6% de sua capacidade, também conforme dados da Sala de Situação do DAEV atualizados em 29 de julho de 2021.

A cidade continua a operar dentro da bandeira amarela, com mananciais com diminuição do nível ou vazão, com redução na captação normal e sem a necessidade de captações emergenciais, sem comprometer o abastecimento. “O consumo consciente é dever de todos. A população precisa economizar água já para que não haja o comprometimento do abastecimento”, reforçou o presidente da autarquia.