DAEV - Departamento de Águas e Esgoto de Valinhos

Cidade tem hoje boa infraestrutura no abastecimento do produto


Sem chuvas significativas e com dias já bastante quentes, o DAEV (Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos) inicia campanha de conscientização da população, solicitando o uso racional da água neste período de estiagem. O intuito é poupar agora para ter o produto quando o verão chegar, sem sofrer com desabastecimento. O alerta vem num momento em que duas barragens do sistema estão operando com armazenamento mais retraído, a Moinho Velho e a João Antunes dos Santos. Com monitoramento diário das barragens, o presidente da Autarquia, Ricardo Gardin, explica que é comum ter uma redução do volume reservado nos períodos de estiagem, em função da pouca chuva. A preocupação é que o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da UNICAMP aponta que não choveu nem a metade do previsto para este ano. Segundo o centro de pesquisa, o volume registrado é ainda menor do que o de 2014, quando a cidade passou pela denominada crise hídrica. “É importante ressaltar que, na prática, as barragens são construídas e utilizadas justamente para atuar neste fenômeno que estamos visualizando atualmente. Ou seja, encher nos períodos de chuva e diminuir seu volume nos períodos de estiagem. Se tivéssemos um volume e consequente vazão constante de água durante todo ano, não seria necessária a construção de barragens”, antecipou o presidente do DAEV. A Barragem Moinho Velho, localizada no Bairro dos Ortizes, em Valinhos, tem capacidade de armazenamento de 120 milhões de litros de água e vazão outorgada de captação de 35 litros por segundo (L/s). Hoje, opera com 40% do volume total de armazenamento. “Através do monitoramento diário é possível manter a vazão de captação em cerca de 35 l/s”, adianta. Com capacidade de armazenamento de 60 milhões de litros de água e vazão outorga de 46 L/s, a Barragem João Antunes dos Santos, em Vinhedo, sofre os maiores impactos desta estiagem. A barragem opera hoje com cerca de 15% da capacidade total de armazenamento de água, e consequente diminuição da vazão de captação para cerca de 12 L/s. “Por isso é importante a participação da população neste período de estiagem”, explicou Gardin. O uso racional implica evitar desperdícios em lavagem de quintais, carros, banhos prolongados, escovar os dentes com a torneira aberta, usar a máquina de lavar roupas com um bom volume de peças, entre outros. “É fundamentalmente importante estes cuidados para passar este período sem qualquer anormalidade no abastecimento de água”, aconselha. Para suprir a demanda de água neste período, o DAEV dispõe de uma reserva técnica de água, utilizada e com outorga exclusivamente para esta época do ano, que é a captação na Barragem Santana do Cuiabano. A reserva opera atualmente com cerca de 70% de seu volume total e fornece 50 L/s. Reflexo O DAEV trabalha nos últimos anos para aumentar a capacidade de reservação de água tratada. A construção de 2.200 metros da segunda linha da adutora de água bruta da captação do Rio Atibaia possibilitou o acréscimo em 17% do volume tratado na ETA 2 e também aumentou a capacidade de reservação de água bruta com o desassoreamento da Barragem das Figueiras (CLT). Está em construção também uma adutora de água tratada de aproximadamente 3 km, diâmetros variando de 300-400mm ligando os reservatórios da ETAII a região do bairro Nova Espírito Santo, melhorando os serviços de distribuição de água em diversos bairros da cidade. “Ao término desta gestão terá aumentada em 62% a reservação de água tratada no município”, garante o presidente do DAEV. Segundo ele, estas ações trazem tranquilidade para o ininterrupto abastecimento de água no município. “O que pode ocorrer em alguns dias, de temperaturas elevadas, algumas regiões sentir pontos de baixa pressão no abastecimento, principalmente em regiões topograficamente mais altas da cidade”, adiantou. Também é previsto que no verão ocorram mais chuvas, recuperando os volumes de água dos mananciais internos e também do Rio Atibaia. Estrutura A cidade conta com boa infraestrutura no abastecimento do produto. A água distribuída em Valinhos vem pela captação direta do Rio Atibaia, com outorga de captação de 250 L/s; por meio de quatro barragens, que são a Barragem das Figueiras, que conta com captação de 110 L/s; a captação Santana do Cuiabano, que tem captação de 50 L/s (reversão para Barragem das Figueiras exclusivamente para período de estiagem), além do Moinho Velho e a João Antunes dos Santos. Por último, conta com 20 captações em poços profundos, que permite a captação 53 L/s. “O sistema produtor de água é distribuído em diversas fontes, sendo quase impossível uma paralisação em todas estas fontes de uma vez”, assegura o presidente do DAEV. Segundo ele, a reserva de água tratada no município é atualmente de 18.913 metros cúbicos, divididos em 47 reservatórios públicos distribuídos pela cidade. Em breve, mais cinco reservatórios serão construídos, acrescentando mais 4.130 metros cúbicos ao sistema, totalizando 23.043 metros cúbicos. “Cabe destacar que esta gestão estará aumentando a reservação de água tratada em 62,13% em relação à quantidade de reservatórios que estavam operando em 2016”, finaliza.

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