Chuvas em agosto ficam longe da média esperada para Valinhos

Pelo sétimo mês consecutivo choveu menos em Valinhos que o estimado. Em agosto de 2021 a cidade teve apenas 20mm de chuva acumulada em 31 dias, o que representou somente 54,2% dos 36,91mm esperados para essa época do ano. Em janeiro de 2021 foi o único mês que choveu mais que a média esperada (319,60mm), ou seja, 150,60% do previsto, que era de 212,16mm.

Para a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara, o baixo índice pluviométrico é fator preocupante à cidade, sobretudo quando associado às altas temperaturas das últimas semanas, ao alto consumo do recurso pela população e, principalmente, à falta de investimentos que não foram feitos no longo prazo. “A ausência de investimentos de longo prazo no passado influenciou diretamente no cenário de crise hídrica que estamos vivendo hoje. Contudo, temos trabalhado para que possamos superar esse momento atual e, também, para que Valinhos tenha mais condições hídricas a médio e longo prazo”, falou.

Entre os trabalhos atualmente em processo de viabilização e que envolve investimentos estão, por exemplo, os trabalhos voltados para o uso do total de água outorgada no Rio Atibaia. “Temos a outorga de 340 litros por segundo, mas captando atualmente 250 litros por segundo. Essa situação será resolvida com a duplicação da adutora de água bruta do Rio Atibaia, tanto por gravidade nos trechos urbano e rural quanto da adutora de recalque no trecho rural. Os trabalhos estão em processo de viabilização e são obras que vão beneficiar a população de Valinhos”, falou o presidente do Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV), Ivair Nunes Pereira.

Dados pluviométricos

A chuva não tem sido suficiente na cidade desde fevereiro de 2021. Em julho deste ano, por exemplo, os 26,40mm de chuva em Valinhos representaram só 76,50% do índice esperado para o mês, que era de 34,53mm. Já em junho choveu apenas 20,40mm dos 57,91mm estimados ao período, representando 35,20% da média almejada. Ainda em maio Valinhos só somou 29mm acumulados de chuva, representando apenas 54,70% do esperado (com base na média de 53,04mm).

Também em abril de 2021 o acumulado foi menor: 12,60mm dos 69,38mm esperados ao mês, representando apenas 18,20% em relação à média histórica. Ainda em março o índice também foi inferior, pois na cidade choveu somente 41,60mm dos 154,16mm inicialmente estimados, ou seja, 27% da média estimada ao período. Já em fevereiro eram esperados 187,96mm de chuva, com acumulado real em Valinhos de 121,60mm no período, representando somente 64,70% da média estimada àquele mês.

Em janeiro de 2021 foi o único mês deste ano que choveu mais que a média esperada. Eram estimados em 212,16mm e o acumulado foi de 319,60mm, ou seja, 150,60% a mais que o previsto.

Ciente dos dados pluviométricos, a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara, fez questão de reforçar à população da cidade para que economize água em todas as suas atividades diárias. “Sabemos que as chuvas durante a estiagem são escassas e há meses estão bem abaixo do esperado. Por isso, há que se ter o uso consciente do recurso por parte da população, que não deve usar água tratada para lavar quintais, veículos e calçadas e, também, não deve deixar a torneira aberta sem necessidade. Todos os cidadãos devem colaborar com a economia de água para superarmos a estiagem”, enfatizou ela.  

Desperdício de água tratada

No combate ao desperdício de água tratada, sobretudo enquanto está em vigor o Programa de Racionamento de Água, o presidente do DAEV informou que a autarquia municipal está atenta e alertou que quem desperdiçá-la será penalizado. “Nos casos de desperdício de água são aplicadas multas no valor inicial de R$ 441,21, que é o valor atual do custo da ligação à rede pública de água de diâmetro de 50mm. Mas o cálculo da multa é agravado nas reincidências, sendo que a partir do momento que a situação de desperdício for identificada novamente, o valor da penalidade será dobrado e assim sucessivamente”, falou.

Entre as formas de desperdício estão a utilização da água tratada para as finalidades de lavagem de áreas internas e externas de imóveis, inclusive de telhados; a drenagem de caixas de água e de piscina e a lavagem de veículos (excetuando-se os estabelecimentos com alvará à atividade). Nos casos de constatação de desperdício, o titular do DAEV explicou que são aplicadas as penalidades dentro do previsto na Lei nº 4.131/2007 e legislação correlata. Além da verificação ativa das equipes, denúncias também são acolhidas via Central de Atendimento do DAEV, por meio do telefone 0-8000-133-839.

Racionamento

Implementado efetivamente em 27 de agosto de 2021, o Programa de Racionamento de Água – que integra o Plano Municipal de Estiagem e Racionamento de Água – divide a cidade em quatro áreas, além do Centro. O abastecimento é interrompido para cada uma das regiões duas vezes por semana, sendo que a supressão dura 18 horas em cada uma das áreas.

Aos domingos ficam sem abastecimento o Centro e Área 4, enquanto que às segundas e quintas-feiras fica sem abastecimento a Área 1. Às terças e sextas-feiras fica sem o fornecimento de água a Área 2. Já às quartas-feiras e aos sábados fica sem o abastecimento a Área 3. Às quintas-feiras e aos domingos fica sem o fornecimento a Área 4.

A listagem de todos os locais que integram cada área do Programa de Racionamento de Água está disponibilizada e pode ser consultada no site do DAEV (www.daev.org.br), em “Racionamento de água: locais, dias e horários”.