DAEV - Departamento de Águas e Esgoto de Valinhos

Só choveu 3,7% do que é previsto para o mês; cidade sente os reflexos nas barragens municipais, na captação do Atibaia e nos sistemas isolados

Baixo índice do nível do Santana dos Cuiabanos (Crédito: Nilo Felippin/DPOF)

Apesar desta quinta-feira (18) ter começado timidamente chuvosa, dados do Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV) indicam diminuição da vazão de água no ponto de captação que a cidade mantém no Rio Atibaia (PS7) e queda nos percentuais de reservação de água bruta nas represas municipais. Nos 18 dias do mês o acumulado de chuvas não passou dos 5,8mm, representando apenas 3,7% dos 154,82mm que são esperados para novembro. Poços isolados também seguem com vazão diminuta.

O baixo índice pluviométrico segue afetando negativamente a recarga e a manutenção dos lençóis freáticos, o que acaba por refletir diretamente na não recuperação das reservas hídricas municipais. “A recuperação dos lençóis freáticos, por meio de chuvas, é indispensável à perenidade de minas, riachos, córregos e rios, que abastecem a nossa cidade, seja por meio do Atibaia, das represas municipais ou dos sistemas isolados [poços]. Precisamos de chuvas em volume e em quantidade suficiente para plena recuperação de nossa capacidade hídrica”, disse a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara.

No Rio Atibaia – que corresponde a 50,6% da cidade distribuída na cidade – a vazão identificada às 7 horas da manhã de hoje (18) foi de apenas 11,34m³/s, bem distante da vazão média estimada para novembro, que é de 18,86m³/s neste ponto de captação de Valinhos. “Isto quer dizer que está 39,88% abaixo do previsto. Além disso, o nível do Rio Atibaia no ponto de captação da cidade também está 17,40% inferior previsto. Hoje, por exemplo, estava com 0,95 de nível, quando deveria estar com 1,15 metro”, explicou o presidente do DAEV, Ivair Nunes Pereira.

A baixa tem motivo: o volume útil do Sistema Cantareira chegou aos 26,10% na manhã desta quinta-feira (18), decorrente da baixa recarga. O sistema opera, desde 1º de novembro de 2021, na faixa de restrição. Se chegar aos 20%, o sistema entrará na faixa especial de operação, que influencia, diretamente, nos índices de retirada. As faixas são estabelecidas por meio de Resolução Conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a de nº925/2017, com vistas à manutenção da segurança hídrica do sistema.

E as represas municipais?

A falta de chuvas – somada às altas temperaturas dos últimos dias, que impulsionaram o alto consumo de água pela população – tem castigado as barragens municipais. A João Antunes do Santos está operando com 5% de sua capacidade; enquanto que a das Figueiras trabalha atualmente com 10% da capacidade (na semana passada estava com 17%). A Moinho Velho saiu dos 15% para os 13% de operação. A maior queda de nível foi identificada na Santana dos Cuiabanos, que é reserva técnica das Figueiras e que saiu da faixa de operação dos 45% para chegar aos 30% (foto).

Nos sistemas isolados – que são os poços – a diminuta recarga dos lençóis freáticos, somada à falta de chuvas e à baixíssima disponibilidade hídrica durante o período de estiagem, também causa a baixa de operação. Desta forma, os poços seguem operando com restrições. “Por isso somos enfáticos em pedir à população para que a economia de água seja uma constante no dia a dia. É preciso economizar água tratada em todas as atividades do dia a dia”, falou a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara.  

Racionamento segue na cidade

Valinhos sinalizou a continuidade do Programa de Racionamento de Água na cidade com a prorrogação da situação de emergência, promulgada por meio do Decreto Municipal nº 11.006/2021, que foi publicado na edição nº 2187 dos Atos Oficiais.

A dilação tem validade por mais 30 dias, a contar da data de publicação do decreto, seguindo até 12 de dezembro de 2021. “Embora o decreto trate de 30 dias de prorrogação, a dilação vai perdurar até que tenhamos condições técnicas para de fato cancelar o racionamento. Por isso, repetimos o pedido para que a população faça o uso racional da água, utilizando apenas para as necessidades básicas e evitando o desperdício a qualquer preço”, reforçou o titular do DAEV.

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